Comunicação e Encontros
Thais Gonzales
Quando a comunicação promove encontros, há vida e conexão
Eu tenho um segredo. Em 15 anos de carreira como jornalista e um longo período de atuação em empresas, sinto pela primeira vez o prestígio de trabalhar em uma área considerada estratégica e necessária nos mais diversos setores, a comunicação. Nem sempre foi assim.
O conhecimento exclusivamente técnico, na maioria das vezes, foi mais valorizado do que saber expressar ideias, escrever um texto afetivo ou criar conexões no ambiente de trabalho. Até pouco tempo, era raro ver alguém mencionando a importância da empatia, da assertividade e da liderança compassiva na formação times de sucesso, por exemplo.
O cenário mudou e é sobre o holofote colocado, hoje, na comunicação que a Janaína, do Toda Forma de Expressar, me convidou para escrever. Em tempos de automatização de tarefas e ferramentas tecnológicas, as capacidades intangíveis, conhecidas como soft skills, se tornam cada vez mais requisitadas.
Alguns especialistas acreditam que as habilidades sociais e emocionais podem ter a mesma relevância do domínio técnico ou até maior. Isto significa que se comunicar eficientemente, praticar a empatia, trabalhar em equipe e ter escuta ativa são atitudes extremamente valorizadas agora. Esta é uma excelente notícia para todos os que, como eu, sempre acreditaram na força da comunicação.
Por que as empresas passaram a olhar para o tema?
Porque a maneira como nos comunicamos pode gerar conexão, simpatia, respeito ou criar quilômetros de distância entre uma pessoa e outra. Distantes e desengajados, não produzimos, não resolvemos problemas e não inovamos. Sem cuidar das relações, pessoas adoecem. Por isso, a comunicação passou a ser compreendida como uma habilidade fundamental para todos atualmente.
A pergunta que pode ecoar, então, é: “o que fazer para desenvolver essa capacidade?”. Não faltam dicas na internet. É preciso praticar a pausa, pensar na clareza da mensagem, fazer perguntas, treinar a escrita. A oratória ensina a falar bem e encarar a plateia com segurança. Todos esses tópicos têm utilidade, é claro, mas trago aqui o ingrediente que considero especial: comunicação é conexão e o que nasce no coração tem um valor enorme.
É hora de tirar as armaduras e vestir a coragem. Coragem de olhar para si com autocompaixão e, transbordando o que há de bom aí dentro, enxergar as pessoas ao redor. Encontre e ouça histórias. Compartilhe compassividade e promova relações saudáveis onde estiver.
Ana Holanda diz que a escrita só faz sentido se tiver a capacidade de expressar a vida. Amplio esta reflexão. A comunicação só faz sentido se promover belos encontros pelo caminho. Quando encontros acontecem, há vida, colaboração e conexão. É o que o mundo precisa e o mercado de trabalho está buscando.
Thais Gonzales


Psicologia
Comunicação e
Desenvolvimento Humano